Se previna a aids pode te pegar...

AIDS - MEDO E PRECONCEITO

Não nasce com a AIDS a onda de discriminação que acompanha uma manifestação mórbida. Nem é exclusiva dessa doença a capacidade de gerar alterações sociais em grande escala da conduta individual coma da conduta política da coletividade. A sífilis, que se difundiu com grande rapidez pela Europa, desde a Itália, a partir do final do século XV, produziu efeitos de grande magnitude, inclusive na consolidação política do puritanismo, em alguns países. Mas é de discriminação que se fala. E o nome sífilis, atribuído ao médico e poeta italiano Girolamo Fracastoro, derivaria do grego "pavoroso, repulsivo, vergonhoso". Fenômeno parecido ocorreria mais recentemente com a tuberculose, com o mal de Hansen (o nome vulgar "lepra" carrega a noção de impureza), sempre acompanhados da idéia de segregação, muito mais que do conceito de isolamento. Não foi diferente com o próprio câncer, nos primeiros tempos.
O problema da AIDS é que esse fenômeno, até agora incurável, ocorre no momento de apogeu da medicina, de sua quase onipotência. Acontece concomitantemente aos grandes avanços tecnológicos, à conquista do espaço, às novas descobertas da física. Segundo Herbert de Souza (1), a AIDS repõe a questão da morte, que se presumia afastada, já que apenas restavam algumas batalhas contra o câncer, coma nos fazia supor a propaganda das grandes corporações farmacêuticas...
O vírus HIV, nesse esconde-esconde dramático no sistema imunológico, determina a perda da imunidade e provoca conseqüências no corpo social muito além das infecções oportunistas e/ou neoplasias no corpo físico do paciente.
A doença que - ainda é Betinho falando - mistura racismo, sexo e sangue, só pode ser uma doença revolucionária.
O preconceito já nasceu das tentativas primeiras de explicação da epidemia, de início conhecida como peste gay. Alastrou-se pela imposição da noção de grupos de risco, cujo contato deveria ser evitado: os haitianos, os homossexuais e logo os bissexuais, os que vivem da prostituição. A "democratização" da doença, com o alto nível de contágio pelo consumo de drogas injetáveis e o partilhar de seringas, ou mesmo a constatação da falta de políticas de controle do sangue desde o começo da epidemia, em nível mundial, elevou o medo a fantásticas alturas.
Atualmente fala-se em comportamentos de risco. A doença não está longe. Ela se aproxima. Ela está perto de todos. Ela atinge, par transmissão vertical, de mãe para filho, quem jamais teve comportamento de risco...
Um bom índice das violações de direitos produzidas por esse medo pode ser aferido da consulta aos Tribunais. A jurisprudência registra casos de exigência de testes sorológicos para HIV para admissão de empregados, de discriminação pela condição de portador do vírus HIV, seja na despedida de empregados, seja no afastamento de crianças da escola, entre outros.
As tentativas de controle da AIDS, ainda em desenvolvimento, apesar do sucesso inicial, não são suficientes para evitar que o vírus produza suas vítimas, mesmo quando ausente ! Exemplo claro é o caso em análise.

previna-se gente tenham conciencia a aids pega quem menos a gente espera...use camisinha..sempre.....o preconceito ainda existe...........

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